sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O Frio Europeu

Sexta-Feira, 5 de outubro de 2012. 21 horas e 20 minutos aqui em Coimbra. Já se passaram duas semanas e eu ainda não tenho matrícula na Universidade de Coimbra. Assisto aula clandestinamente, sendo expulso de algumas.

Você acha que brasileiros são todos mal-educados? Você acha que o clima frio do sul do Brasil deve-se a frieza dos Curitibanos? Acha que todos os europeus são 'lords' que bebem chá das 3 com o dedinho mínimo levantado? Pois vou contar-lhes um causo que ocorreu hoje...

Fomos ao mercado fazer a compra semanal. Ah, somos 7 universitários num 'mesmo' apartamento. Quando vamos ao mercado não sabemos o que nem quanto comprar. Acabamos indo toda semana no mercado porque sempre falta alguma coisa.
Compramos tudo o que é essencial para a vida, como sal, sorvete e batata frita. Fomos em cinco para trazer as sacolas. A Jacqueline ficou passando os produtos para a moça do caixa passar. O Mathias ficou pro lado de fora do caixa. Então, quando ele foi falar com a Jacqueline, que estava no lado de dentro, a caixa indignou-se. Disse que ele não poderia entrar por ali e que se quisesse falar com ela deveria dar toda uma volta e entrar pela entrada principal. O Mathias, que é Vid@ Lok@, entrou mesmo assim. A caixa então chamou-o de mal educado e ainda disse que iria chamar os seguranças da próxima vez. Imagina, o Mathias. Nosso Lord Dinamarquês, aquele que come pizza com garfo e faca e tem vergonha de pegar a fatia de queijo com a mão.
Mas relevemos, assim como 99,9% da população mundial, a caixa só estava seguindo ordens.

Saímos de lá e, como o mercado fica no térreo do Shopping Dolce Vita, pegamos um elevador (precisamos sair pelo 2º andar para chegarmos em casa). Uma moça e uma senhora entraram com um carrinho de bebê com um bebê dentro (acreditem: ela carregava um bebê no carrinho de bebê). O pequeno era bonitinho. Eu não sou hipócrita de dizer que todo bebê é lindo porque não é! Tenho a impressão que a mãe de alguns desejou comer um alienígena quando grávida e não comeu. Mas este era simpático.

Então entrou uma portuguesa no elevador. Uma típica portuguesa que vemos nos programas de humor: gorda, velha e rabugenta. Entrou no elevador e com toda a ironia que todo português não tem disse: "Agora elevador virou carrinho de bebês!?".
Como assim? O que ela esperava? Que os carrinhos de bebês viessem com um dispositivo que teletransportasse o bebê para o andar de cima do Shopping?

Por toda a delicadeza, simpatia e paciência que grande parte da população portuguesa não tem achei que iria rolar um UFC Coimbra ali mesmo. Já estava abrindo meu pacote de ar com algumas batatas dentro para prestigiar a grande luta. Mas nada disso aconteceu. A moça, provável mãe da criança, disse com uma ironia que eu só havia visto em brasileiros: "Ainda bem que existem bebês, ao contrário não estaríamos aqui, não é mesmo?". A portuguesa mal-amada ficou sem jeito. Tentou responder dizendo que também não poderia abusar, mas não adiantou: foi um direto cruzado de direita(?) no bigode da portuguesa.

Câmbio, desligo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário