Quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013. 22 horas e 22 minutos. Hoje o Pacaembu será como uma universidade: apenas 6 corintianos estarão lá dentro. Minha barba está tão grande que já me sinto apto a anunciar um fim do mundo.
Fiquei sabendo que os alunos das universidades brasileiras já iniciaram o ano letivo. Todos os calouros com todos os cadernos na mochila e os veteranos já colocaram no bolso da calça a única caneta que possuíam, a mesma desde o segundo ano. Por isso resolvei escrever algo importante e sério... Mas infelizmente acabei dormindo e esqueci sobre o que era. Maaaas, lembrei da minha época de calouro e, analisando friamente, escrevi esse humilde post descrevendo os tipos de calouros:
Calouro
Masoquista: No primeiro dia de aula sai à procura de veteranos para torturá-lo.
Quer ser pintado, xingado e humilhado. Dá ideias a seus veteranos de como podem
torturá-lo: ideias as quais assustariam até mesmo soldados responsáveis pela
tortura na Ditadura Militar.
Calouro
Rebelde: Odeia o trote. Por razões que nem a ciência explica, ele vai ao
primeiro dia mesmo sabendo que só haverá trote. Acha que é coisa de gente
imatura, irresponsável. Apenas o fato de chamá-lo de calouro já o irrita.
Pintar seu rosto? Ferrou, ele vai ligar pra polícia e ir ao gabinete do reitor
reclamar. Será o provável reitor da universidade daqui alguns anos.
Calouro Pseudopatogênico:
Vamos pintar seu rosto? Não pode, ele disse que tem alergia. Vamos fazer uma
brincadeira? Não pode, ele disse que tem problema de coluna. Vamos fazer ele
subir na mesa e se apresentar? Não pode, ele disse que tem medo de altura.
Vamos pagar uma cerveja pro calouro? Não pode, ele disse que tem casos de alcoólatras na
família, o que aumenta em 40% as chances dele ser um alcoólatra em potencial. Mas
ele sempre está ali, já que não quer parecer o anti-social da turma. Só não
contem isso a ele: ele disse que sofre de depressão.
Calouro
Carente: Sempre quis ser o popular no Ensino Médio, mas nunca conseguiu. Vê a
entrada na faculdade uma oportunidade de o ser. Ele não gosta do trote, mas
prefere participar a parecer chato. Ele precisa de aceitação, quer ser amado.
Como não suporta ter que sustentar a própria opinião, fica com a opinião da
maioria. Não bebe.
Calouro Mussum:
Para ele tudo é festa! Quer pintar, pinta. Quer xingar, xinga. Ele não está nem
aí. O negócio é acabar logo com o trote e partir para a melhor parte: a bebedeira.
Se c* de bêbado não tem dono, o desse calouro é direito de todo cidadão brasileiro!
Caloura
Universitária: Usei o sujeito no feminino, pois a maioria são mulheres. Bebem
tanto quanto o Calouro Mussum, mas com um diferencial: adoram sertanejo
universitário. Outro dia recebi um e-mail de uma Caloura Universitária dizendo que era o novo
clipe do Michel Teló. Não abri, vai que era verdade...
Calouro
Veterano: É velho conhecido da turma. Foi calouro há alguns anos atrás, quando
passou pela primeira (mas não única) vez no vestibular. Desistiu do curso,
voltou, desistiu, voltou, começou a fazer outro curso, desistiu e agora
retornou ao curso de origem. Se dá bem com o corpo docente, já que os atuais
professores da universidade já foram seus colegas de turma no passado.
Calouro
Sócrates: É um cara legal e inteligente. Nunca bebeu na vida. Mas como passou
no vestibular, acha que é maduro o bastante pra beber socialmente: o ‘sucesso’
subiu à cabeça junto com o álcool. Já no terceiro copo de cerveja apresenta
sinais de embriaguez. Ao final do dia, está inconsciente. Por razões ainda
inexplicáveis, é o queridinho dos veteranos. Será o futuro “Calouro Veterano”.
Calouro
Bambam: acha que está no BBB e força "amizade íntima e eterna" no
primeiro dia de trote com todos os veteranos. No fim, só está interessado no
prêmio final: uma indicação de algum veterano para um estágio. É o mais chato
de todos.
Calouro
Twitter: Assim como suas qualidades, sua vida acadêmica pode ser resumida em menos de 140 caracteres. Não dispensa o uso de hashtags. Precisa avisar todo mundo que
está no ônibus indo pra faculdade, que chegou à faculdade, que está na
faculdade, que usou o banheiro da faculdade e toda a sua rotina na faculdade.
Seu cartão de visita é o #PartiuFaculdade
Calouro
Instagram: Parecido com o Calouro Twitter, mas usa imagens para espalhar sua
chata rotina universitária, a qual ninguém está interessada, além de
incontáveis hashtags. Já no primeiro dia tira foto do almoço do RU.
Provavelmente postará fotos fazendo pose com um esqueleto na aula de anatomia.
Calouro Penetra: Ninguém sabe de onde veio, quem é, nem o que faz. Decepcionou-se pois
entrou em um curso onde só tem homens e, ao contrário dos outros cursos, sua
turma está tendo aula. Pegou carona com o curso mais próximo para poder ter um
responsável para levá-lo ao bar, já que ainda é menor de idade.
Calouro
Peter Pan: Típico calouro encontrado aqui em Portugal. Sua barba, bigode e
estupidez cresceram, menos sua idade mental. Atira bolinhas de papel durante a
aula, enfia o dedo molhado de saliva na orelha do colega à frente e fica
brincando de lutinha. Pode-se medir sua idade mental pela altura em que usa as
meias.
Calouro
Mais Você: entrou no curso de biologia somente porque ama os animais.
Percebe-se ao longe esse tipo de calouro, já que o mesmo anda cercado por cães
e usa um chaveiro escrito “Diga não aos rodeios”. Terminará o curso sem saber
diferenciar Mitose de Meiose e acabará apresentando um programa de culinária
matinal.
Calouro
Tiozão/Tiazona: Tem mais de 30 anos, casado, sem filhos. Carrega sempre um café
na mão direita e um cigarro na mão esquerda. Os veteranos tem medo de zoar esse
tipo de calouro: mesmo os veteranos mais estúpidos respeitam-no. Porém, é o
calouro mais “jovem” da turma e acaba tornando-se o mais gente boa.
Calouro
Anderson Silva: Não gosta do trote e realmente não o quer. Para isso, vai com
uma camiseta apertadinha escrito “Jiu-jitsu” para tentar intimidar os
veteranos. Daria medo se não tivesse a voz fina.
Calouro Palmeirense: Só vai pra aula na Segunda.
Calouro
Jesus: Toma qualquer briga. Se vê um de seus colegas de turma sofrendo no
trote, vai defendê-lo. Sempre consegue convencer outros 12 amigos à pregarem
contra o trote (mas um sempre acaba traindo-o). Transformar água em vinho que é
bom esse calouro não consegue.
Calouro
Bento XVI: Entrou no curso, vai ficar algum tempo, mas não aguentará a pressão:
vai renunciar!
Não gostou? Achou esse post mais ofensivo que o time do Barcelona? Te magoei? Você é o Calouro Pseudopatogênico depressivo e ficou sabendo disso tudo? Não perca tempo, veja a Política do Blog, reclame e concorra a 20 calouros que não poderão ser comercializados por se encontrarem sem a película traseira. O Sorteio será realizado no dia 31 de março. Ou não.
Câmbio, desligo.