quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Viagem ao centro da Terra.. Ou ao menos do Mundo


Quarta-feira. 30 de janeiro de 2013. 23 Horas e 50 Minutos. Passei em genética. Agora tenho moral pra afirmar: segundo exames de DNA, dedo do meio não é pai de todos. O chato em estar de férias é que há mais de uma semana não sei que horas são.

Reza a lenda que amanhã vou viajar. Mas não é pra qualquer lugar não. Lugares dignos de filmes, livros e Plantão da Globo. Vou pra lugares tão sofisticados que recebi um convite para participar de “Mulheres Ricas”. Recusei, já que não sou mulher, não sou rico e meu Q.I é maior que de uma lontra, o que me diferencia das demais participantes. Enfim, vou a Londres e Paris.

Nunca pensei que iria a Terra da Rainha ou ainda a Terra dos garçons mal educados. Eu mal visitei os pontos turísticos do meu país: moro em Ponta Grossa e nunca fui a Vila Velha, moro no Paraná e nunca fui as Cataratas do Iguaçu, moro no Brasil e nunca fui ao Cristo Redentor ao som de Funk enquanto sou vitima de arrastão.

E agora? Bom, agora vou conhecer o Museu Madame Tussauds, o Big Bang Ben, a Torre Eiffel e mais um monte de coisas que só via nos filmes e não sei pronunciar direito. 

Primeiramente vamos para Londres. Terra dos Beatles! Pra quem não sabe, os Beatles eram formados por 4 garotos feios, dentuços, que cortavam o próprio cabelo e se vestiam igual. É um “Grupo Dominó” que deu certo.

E já digo uma coisa, se você não gosta de Beatles saiba que seu gosto musical está equivocado. Mas não vou discutir isso com vocês, seria ridículo (Quando vejo alguém brigando por causa de estilo musical torço para ao menos ser menor de idade, época que ainda é aceitável).

Terra também de outras pessoas famosas, como Charlie Brown Jr. Chaplin, John Lennon, Mr. Bean e um tal de One Direction (a qual não tinha a mínima ideia de quem era). Pesquisei no Google e cheguei a conclusão que One Direction é o Justin Bieber multiplicado por 5.

Mas a mais importante de todas é a Rainha Elizabeth. Não queria contar pra vocês, mas ela me convidou pra tomar o chá das quatro com ela no Palácio de Buckingham. (Não, não é chá das cinco. As cinco a Rainha Elizabeth tem um jogo de Paintball marcado). Infelizmente não vou poder revelar detalhes desse nosso encontro. Sabem como é, segredos da Corte Inglesa.

Depois, vamos a Paris. Quem diria, acostumado a ver um monte de ferro velho nas ruas de Ponta Grossa, vou ver um monte de ferro velho na França, chamado pelos nativos de Torre Eiffel.

Vamos ao maior depósito internacional de crimes de receptação de obras de arte roubadas; o famoso Museu do Louvre (pronuncia-se MUZÉ DU LUVR, com biquinho em Muzé e língua enrolada em luvr). Lá tem a Monalisa, além é claro de outras obras de arte que eu não tenho a mínima ideia de quais sejam pois eu achava um saco e dormia nessa parte da aula.

Vamos ainda a Catedral de Notre Dame (onde vive o corcunda de Notre Dame, homem que sofre de problemas na coluna por passar muito tempo sentado em frente ao computador curtindo o próprio status no Facebook).

E, pra quem não sabe, todas essas coisas em Paris foram feitas exclusivamente para que o livro “O código da Vinci e cinco de março” pudesse virar filme e ter onde ser filmado.

Por enquanto, o maior problema tem sido com a bagagem. A companhia aérea pela qual vamos viajar exige que a mala seja pequena o bastante para que eu tenha que usar a mesma camiseta por uns 4 dias. Caso contrário, tem que deixar a bagagem com todas as roupas no aeroporto. Por isso, não me julguem caso eu apareça em todas as fotos de todos os dias com a mesma camiseta (Ou pior, sem roupa).

Outro problema é que só podemos levar líquidos em embalagens de no máximo 90 ml. Então achei um gel de cabelo de apenas 50ml. Vem tão pouco gel que não dá pra fazer um moicano nem nos 5 fios de cabelo do cebolinha. E o pior é que o gel parece mais um creme vaginal (não me perguntem como sei como é um creme vaginal).

Prometo caprichar nas fotos da viagem (o que significa não aparecer em nenhuma). Ainda não viajei, mas já sinto saudade de tudo aquilo que poderá acontecer...

Câmbio, desligo. 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

E medicina, você nunca quis fazer?

Quinta Feira, 24 de janeiro de 2013. 00 horas e 15 minutos. Passamos por um ciclone aqui em Portugal, que causou várias catástrofes: destelhou casas, derrubou árvores, derrubou postes e fez com que eu dormisse o dia inteiro ao invés de estudar. Enfim me livrei do câncer chamado Provas da Universidade de Coimbra. Agora deixarei de escrever bobagens nas provas para escrever bobagens aqui. 

Saiu o resultado do Vestibular de verão UEPG! Pra quem não sabe, vestibular é um dos processos de seleção natural descritos por Darwin, onde só os animais que conseguiram se adaptar a um ambiente onde é necessário passar 4 horas fazendo bolinhas para preencher um gabarito sobrevivem.

Logo, parabéns pra você que marcou mais ou menos pontos e passou no vestibular, que vale mais do que dinheiro (mentira, dinheiro vale bem mais).
Não interessa se você passou porque fez cursinho, porque estudou, porque você é asiático ou simplesmente porque você era o único candidato inscrito em Matemática. Vestibular é igual sexo, não importa a posição, o importante é entrar eu fiz uma vez e não tinha a mínima ideia do que estava fazendo.

Tenho certeza que nenhum biólogo passou no curso por pressão dos pais. Nenhum pai cria um filho pra ser biólogo. Todo mundo cria um filho pra ser médico, advogado, dentista ou, no caso dos pais da Suzane von Richthofen, assassino.

Pessoalmente eu acho ridículo os pais que querem escolher os cursos que os filhos deverão fazer. Meu filho será livre quanto a isso, podendo escolher entre ser médico ou advogado.

Enfim, calouro de biologia: prepare-se psico e fisicamente. O curso é difícil. Exige horas de estudo e de desenhos do Paramecium caudatum. Mas você escolheu o curso certo!

(Certo para ser pobre...)

A partir de agora você terá que aguentar aquela sua tia de longe, que te liga dando os parabéns e em seguida solta: “Mas medicina, você nunca quis fazer?”. Porra tia, não é porque metade das pessoas que fazem biologia são ex-vestibulandos frustrados que ainda não passaram em medicina que eu sou assim! Na verdade eu queria Odonto... (Mentira, eu sempre amei a biologia e queria ser engenheiro).

Ao entrar no curso de Biologia, você também precisa aprender a lidar com o preconceito. Todo mundo acha que todo estudante de biologia é homossexual e maconheiro. O que obviamente é mentira. Eu nunca fumei maconha.

Isso quando você conta pra sua mãe que passou em Biologia e ela indaga-se: “Hmmm... Biologia. É tipo medicina, né?”. (Mas não se sintam inferiores. Todo médico é meio frustrado por estudar apenas uma espécie.)

Mas não se preocupe: durante o curso as coisas tendem a piorar. Todo mundo acha que você sabe o nome cientifico de todas as coisas. Quando encontrar conhecidos na rua o diálogo abaixo passará a ser bem comum:
- Hey, qual o nome científico dessa planta?
- Não sei.
- UÉ, MAS VOCÊ NÃO É BIÓLOGO?


Porra, não é porque eu sou biólogo que eu saio por aí dizendo o nome científico de todos os seres vivos. Seguindo essa mesma lógica, se eu fosse um proctologista, você ia dizer: "Hey, me dá uma dedada? UÉ, MAS VOCÊ NÃO É PROCTOLOGISTA?"?

No início do curso você fará de tudo para assistir a todas as aulas e ter 100% de presença. Depois de um tempo, será mais fácil encontrar um ovo de Taenia solium na lâmina usada na prova de parasitologia do que você na sala de aula.


Você entrando em uma aula que não gosta, assinando a lista de chamada e voltando para o bar.
Precisa compartilhar que em sua aula de anatomia você aprendeu a dissecar cadáveres? Esqueça! Ninguém se interessa..(a não ser que você tenha um amigo psicopata interessado em esconder um corpo).

Então começam os trabalhos. O primeiro deles provavelmente será desenhar um Paramecium caudatum. O segundo também. E o terceiro, o quarto... E os próximos 38 trabalhos serão desenhar o tal do Paramecium caudatum.

Já no segundo semestre começam outros trabalhos (mas você ainda continua desenhando o Paramecium caudatum). Você se sente muito biólogo coletando amostras de plantas para um trabalho. Sua mãe joga fora achando que fosse lixo. E ainda pergunta:
“Que isso filho, que monte de lixo era aquele?” (Eram as plantas do meu herbário, mãe).

Mas logo você evolui e começa a coletar insetos. Entusiasmado, você esvazia aquele vidro de pepinos em conserva que há 27 anos seu pai guardava na estante da sala. Enche-o de insetos e coloca no congelador. Sua mãe vai ficar louca, onde já se viu isso? Guardar grilos e gafanhotos no mesmo lugar onde se guarda a carne. Você explica pra sua mãe e ela volta a indagar-se:
“Colecionar insetos... E isso dá dinheiro filho?” (Não, mãe.)

Oito meses depois seu pai descobre que você passou em biologia e está cursando. Abatido e meio sem jeito, o mesmo pergunta:
“Então quer dizer que vocês dissecam minhocas? E isso dá dinheiro?” (Não, pai.)

Além de dissecar minhocas e desenhar protozoários, você também deverá decorar todos os ossos do corpo humano. Fazer o quê, são ossos do ofício (ba dun tiss).

Eu decorei todos os ossos do corpo humano para prova de anatomia e só consigo me lembrar de duas coisas:
- Que todo professor de anatomia fará a piadinha de que a função do esqueleto é derrubar o Castelo de Greyscow;
- Que o corpo humano possui 206 ossos e nenhum deles te perguntou nada.


Ao fim do ano, quando chegam as provas, você se sente mais ferrado que Paramecium caudatum sem vacúolo pulsátil em um meio hipotônico (não se preocupem calouros, daqui um tempo vocês entenderão a piadinha e vão rir. Ou não).


A partir do segundo ano esse anúncio fará todo o sentido pra você
Com o passar dos anos você vai descobrindo o sentido da vida (que é do 5’ para 3’). E não importa quanto tempo você estude genética. Você nunca viu nem nunca verá uma ervilha amarela rugosa.

Você está no último ano do curso quando seu professor fala: “Mas vocês sabem que não serão ricos, né?”. Mas eu entendo. Se o seu madruga fosse biólogo ele também deveria 14 meses de aluguel.

E ao final do curso você ainda terá aquela sensação de estar se formando e não saber nada. Aí vem o ENADE e confirma isso...

Enfim, fazer biologia abre muitas portas no futuro (a porta do desemprego, por exemplo). Quem se forma em biologia pode ser: professor, professor frustrado, ex-professor, Hippie ou, na melhor das hipóteses, apresentador de programa de culinária.

Como você imagina que é a vida de um biólogo de sucesso.

Como realmente é a vida de um biólogo de sucesso.

Câmbio, desligo.