quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Visto à Vista

Quinta-feira, 30 de agosto de 2012. 21 horas e 29 minutos.  Gina Indelicada está sendo processada e já a chamam de Gina Indiciada. As piadas delas não muito ruins, diria até “Giniais”. Essa piada foi pior ainda. As condições atmosféricas continuam normais.

Pois é. Faltam 10 dias para entrar em um avião, entrar em pânico por nunca ter voado, ser dopado e viajar sobre efeito de calmantes e soníferos até Salvador. De lá, uma nova dose de sonífero para seguir viagem até Lisboa. 
Pessoas normais já deveriam estar com toda a documentação pronta. Mas não nós, bravos guerreiros dos Campos Gerais. Ainda não temos o precioso Visto Português.

Tudo começou semana passada, quando fomos até Curitiba para levar os 8KG de documentos e xerox para o Vice Consulado Português. Sério, é muito documento. Queriam saber onde vou ficar, quando chego, quando volto, com quem vou, porque vou...quase perguntaram por qual lado eu começava a comer uma coxinha. É muita burocracia. Era algo como esses sites de cadastro que você precisa digitar um código inelegível para “provar que você não é uma máquina”.
Pra ajudar, a moça que me atendeu era uma portuguesa meio ‘indelicada’. Mas ela não contava piadas ruins copiadas do Twitter, por isso não, ela não era a “Gina Indelicada”.  
Chegou a minha vez e eu dei a ela os 8KG de documentos que precisava para dar entrada no pedido de Visto. Ela pegou todos os incontáveis papéis, bagunçou-os sobre a mesa e começou a me dar o maior sermão dizendo que eu era desorganizado. Ela era tão chata que fiquei impressionado no quanto ela se parecia comigo.

Mas no fim deu tudo certo. Só que não. Ontem recebi um e-mail dizendo que meu Visto tinha sido aprovado. Olha que beleza, só ir comprar os soníferos para a viagem, certo? Não.  O Passaporte precisa chegar até o Consulado em São Paulo para eles carimbarem o Visto.
Para isso, havia duas opções: enviar por SEDEX ou ir pessoalmente até São Paulo. Mandei por SEDEX. Então descobri que além dos documentos e do Passaporte, deveria também enviar um envelope vazio para que eles retornassem o Passaporte através dele. Eu não tinha enviado.

Hoje pela manhã fui até os correios e gastei mais 30R$ para enviar o mísero envelope vazio. 30R$ por um envelope dentro de um envelope. O que enviei foi uma espécie de pacote de batatas Ruffles, onde 99% do que continha no ‘pacote’ era vento.


Mas agora poderia ficar tranquilo. Tudo estava devidamente encaminhado. Poderia voltar a minha saudável vida sedentária e esperar o Passaporte devidamente carimbado em minha casa. Mas não, sou tão azarado que se eu abrir um cemitério as pessoas param de morrer. Gastei todo o dinheiro enviando os documentos do SEDEX à toa. Foram cerca de 60R$. Com esse dinheiro dava pra comprar um Kinder Ovo.

Então, hoje a tarde outra moça (tão indelicada quanto a Gina) me ligou dizendo que, se for por Sedex, não dará tempo. Ou seja, terei que ir pessoalmente até São Paulo, sobreviver à poluição de lá e então, quem sabe, pegar o Visto.

Tudo bem, nunca fui a São Paulo mesmo. Já estou providenciando a compra de pulmões no mercado negro para transplante, já que perderei um deles para a poluição de lá. Fiquei sabendo que na década de 80 alguns cientistas encontraram vestígios de oxigênio na atmosfera de São Paulo.

Mas vamos à luta. Quem disse que seria fácil? Como diria a original Gina Indelicada, se fosse fácil não se chamaria vida, e sim Miojo (tun tun tissss).

Câmbio, desligo. 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Oi Oi Oi ♫

Segunda-feira, 27 de agosto de 2012, 22 horas e 42 minutos. O tempo está tratando a todos de um modo muito SECO. As condições atmosféricas continuam normais.

Meu nome é Weverton. Pronuncia-se “Uéverton”, e não “Véverton”. Sim, também acho que meus pais estavam sobre efeito do álcool quando me registraram.

Sou acadêmico do 2º ano de Licenciaturas em Ciências Biológicas na UEPG. Sei como entrei, mas não sei se como vou sair.

Minha mãe é a mulher mais incrível do mundo, mas durante a semana ela se disfarça de zeladora. Meu pai é mágico, quando eu tinha 5 anos ele sumiu. Às vezes ele brinca de “Copa do Mundo” e eu o vejo a cada 4 anos. Tenho ainda um irmão mais velho. O nome dele é Welligton e fico feliz por meus pais não terem nos obrigado a formar uma dupla sertaneja.

‘Estudei’ toda a minha vida em escola pública. Acham que sou inteligente, cdf ou coisa do tipo. Mas não sou. Na verdade apenas memorizo coisas referentes à prova. Porém, essas informações ocupam o lugar onde eu deveria guardar os nomes das pessoas e datas importantes.

Por que escrevi isso? Acho que porque todas essas coisas contribuíram para uma das maiores mudanças na minha vida (não estou falando de mudança de sexo). Graças a essas coisas fui selecionado para passar um tempo em Portugal, estudando na Universidade de Coimbra.
Irei com mais seis colegas: um pescador mentiroso, um bom cozinheiro desastrado, um cara o qual irei colar nas provas e mais 3 meninas.

Eu poderia matar, roubar e até pior: dançar Kuduro. Mas não, a partir de agora escreverei um pouco sobre essa nova vida. Vida, essa piada contada lentamente.

Câmbio, desligo.