quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sinos de Belém - Lisboa

Sexta-feira, 28 de dezembro de 2012. Meia noite e sete. Faltam 72 horas para o Ano Novo e 71 para seu tio fazer a piadinha do "Esse acorda só amanhã". Eu queria muito passar o fim de ano no Hemisfério Sul...

Dia 21 de dezembro de 2012 foi o tal fim do mundo. E o meu fim de mundo começou exatamente as 16:43 com uma prova de uma das matérias didáticas. Mas fui bravo, corajoso, resistente. Sobrevivi. O mundo não acabou, mas bem que poderia dar um tempo...

Um aviso a você que chegou até aqui...

Mas, estávamos quase no Natal. Época de paz, harmonia, criança chorando com medo daquele Papai Noel magro e com bafo de cerveja... Época de convivência em família. Mas não para mim. A vida é feita de escolhas, escolhi não fazê-las...

Mas voltando ao assunto dessa bagaça, fomos para Lisboa, capital de Portugal. Infelizmente nenhum dos meus colegas foram jogados de um trem em movimento, como em Porto, mas enfim.

Chegamos lá e quanta decepção. Já estava pronto para usar o péssimo trocadilho “LisRuim”. Fomos para uma zona da cidade horrível. Tinha cocô de cachorro pra todo lado e também cocô de cachorro. Aliás, um grande defeito de Portugal é que as pessoas levam seus cachorros pra passear e não juntam as fezes do cagão bichano. Assim, Portugal torna-se um grande cocô na Rua da Europa... Houve boatos que Portugal estava na pior. Não eram boatos.


Sério, tem isso pra tudo qualquer lado em Portugal.

E é aqui que passa o bonde do tigrão...

Saudades Brasil(eiras)
À noite fomos passear por uma das praças de Lisboa. Estávamos lá, pobres e inocentes turistas, quando do nada surgiu um português oferecendo drogas pra gente. Ele chegou e disse: “Marijuana ou Haxixe?”. Como assim? Nem um Oi, Boa Noite ou coisa do tipo? O cara era tão maconheiro que quando vai fazer login no e-mail e lê a opção "esqueceu a senha", acha que é algo pessoal.

Tudo bem que eu sou a favor das drogas pelas coisas boas que elas nos trazem, como por exemplo poder comprar um Iphone por 30 reais. Mas negamos! O cara ficou agressivo, começou a nos xingar. Eu disse: “Nossa cara, assim você me mata”. Dançamos.

Logo em seguida ouvimos alguns batuques e pessoas batendo palmas. De longe parecia um E.T ou um anão dançando. De perto parecia um E.T anão dançando.

Oi Oi Oi

Então, chegou a tão (pouco) esperada véspera de Natal. Logo pela manhã fomos até o Zoológico. Para os alienados, zoológico é um lugar onde animais prendem outros animais em jaulas para outros animais visitarem.

Eu e Tony Ramos
O Zoológico era enorme. Teve algumas apresentações de golfinhos e leões-marinhos, bem ao estilo norte-americano.

Okapi, meio zebra e meio girafa. Explica essa Darwin!

Fodam-se vocês. Nem queria evoluir...
Foto com um Leão-marinho. Chupa Mundo! 

Ops...
                                     

Quando chegou a noite deu aquele aperto no coração. Àquela hora eu estaria em casa, sentindo o cheiro de carne assada, comendo panetone e falando mal do show do Roberto Carlos. Mas não, estava andando por Lisboa com muita fome procurando um lugar aberto pra comer. Acabamos comendo um tal de “Kebab” em um restaurante indiano. Sim, nossa ceia de natal foi em um restaurante indiano. Mas ah, ou era isso ou então comer em um restaurante japonês, os únicos que não comemoram Natal!

Safadinhos esses portugueses...

Aliás, essa viagem ficou marcada pela Índia. Nossa ceia foi em um restaurante indiano e o Hotel em que ficamos era Indiano. Isso me fez refletir sobre coisas importantes da vida, como por exemplo, será que na Índia o Canal do Boi é tipo a Rede Vida no Brasil?

Fomos então a tradicional Missa do Galo de Lisboa. Eu lembro que assistia a Missa do Galo pela Tv. Na verdade eu assistia só metade, já que na outra metade eu dormia. Mas dessa vez foi diferente! Eu dormi a missa toda ao invés de só metade. Mas não me culpem, eu havia andado o dia todo, a missa começou meia noite e terminou as 2 da manhã. Creio eu que entre uma música e outra o padre também aproveitou para tirar um cochilo...

No dia do Natal acordamos dispostos a visitar o Oceanário de Lisboa. Ok, não acordamos dispostos, mas fomos até o Oceanário de Lisboa. Mas antes, como todo filho do pai do Aniversariante, fomos comer. Aqui em Portugal há uma rede de restaurantes chamada Chimarrão, que serve rodízio tradicional brasileiro. Aqui a carne é muito cara, o quilo do contrafilé equivale a um rim no mercado negro. Mas era Natal e optamos pelo espeto corrido, que tinha um preço razoavelmente justo. Faziam 4 meses que eu não sabia o que era comer mais de um tipo de carne de gado a vontade. Comi muito. Comi como se não houvesse amanhã!

Lá encontramos um garçom brasileiro que foi caminhoneiro na minha terra, Paraná. Achei ele um cara legal. Não por ser paranaense, mas porque era ele quem servia a picanha.

Fomos então até o Oceanário de Lisboa. Pelo preço achei que iria mergulhar com golfinhos, entrar em uma baleia e ainda conhecer Atlântida. Confesso que me decepcionei. O lugar era encantador, tinha água pra todo lado (olha que absurdo: água em um Oceanário). Havia animais que nem conhecia, como o peixe-lua, enguias, tubarões e todos os outros animais que tinham lá.




Já no outro dia fomos até Belém. Não, não é Belém do Pará. Lá não tinha Joelma nem Chimbinha, nem ao menos um cavalo manco (confesso que fiquei aliviado com isso). Estou falando de Belém, freguesia famosa por ter a famosa fábrica de Pastéis de Belém. Ir pra Lisboa e não comer os famosos pastéis de Belém é como ir a Ponta Grossa e não comer vina!



Mas antes fomos patinar no gelo em um parque próximo ao hotel. Eu, como um nato esportista do inverno, entrei na pista e após 3 segundos eu cai. Levantei e após 2 segundos cai novamente. Mas após 37 quedas eu consegui equilibrar-me naquilo. Aí então acabou o tempo e eu não pude mostrar a todos o sangue de patinador dos Alpes suíços que corre em minhas veias...
Um Lord Suíço patinando.
Torre de Belém. 
Passamos o dia em Belém. Aproveitamos para visitar a Torre de Belém e o Monumento aos Descobrimentos, que é um monumento em homenagem aos grandes navegadores portugueses. Em Portugal, chamam de Monumento aos Navegadores. No resto do mundo chamam de Monumento aos Exploradores.
Monumento aos EXPLORADORES

No nosso último dia em Lisboa, fomos até o Museu Nacional de História Natural. Era como todo e qualquer museu de história natural: a única coisa legal eram os fósseis e ossos de dinossauros.

Eu e Dercy. 

Finalizamos a viagem podres de canseira, tão fossilizados quanto os dinossauros daquela exposição...

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Serra da Estrela: Eu vi neve! - Parte 2

Terça-feira, 11 de dezembro de 2012. 22 horas e 5 minutos. Faltam 13 dias para o natal e 14 dias para você trocar o presente na loja.


Como prometido, terminarei de contar o que aconteceu durante a viagem até Serra da Estrela.

Domingo pela manhã, após incríveis tempo algum de sono, levantei da cama. Tomamos café e saímos às voltas do Hostel em busca do segredo da secura das pombas. Acabamos achando algo incrível: gelo. Fomos até um riacho e havia algumas quedas de água. A água então congelava e formava espécies de estalactites (aquilo que tem nas cavernas). Achamos até algumas pedras que serviam de abrigo para nossos antepassados.

Gelo no riacho. Parece nome de livro pré-adolescente.

Eu já fui um homem das cavernas europeu.

Saímos meio-dia do Hostel para ir esquiar na neve. O momento mais esperado por todos. A ida até lá foi incrível, tudo parecia esculpido para que um ônibus cheio de estudantes caísse ribanceira a baixo. Sério, as ruas eram muito estreitas. E com aquela paisagem era fácil distrair-se e cair.

Quando chegamos, a quantidade de neve era inversamente proporcional a nossa decepção. Não havia neve! Nem mesmo neve artificial. Acabamos esquiando em um tapete. Sabe aqueles tapetes de grama artificial? Era exatamente aquilo, só que com água e branco. Esquiar não foi tão legal assim. Você sofre pra subir e, quando sobe, são incríveis 5 segundos de descida a uma velocidade insignificante. Foi tão ‘excitante’, que desistimos de ficar esquiando e fomos a uma apresentação de slides! (slides era uma espécie de tirolesa)

Esqui na neve. Ou não. 

A tirolesa parecia segura, mas era muito perigosa. Enquanto um ficava na parte de cima para engatar a pessoa nos cabos, outros dois ficavam embaixo para parar a pessoa quando ela estivesse chegando ao final e para avisar quando não estivesse vindo carro, já que os cabos passavam pela entrada do estacionamento. Comigo ocorreu tudo bem, mas com a Keli eles precipitaram-se. Eles gritaram que não estava vindo carro, e ela veio. Só então perceberam que uma Van estava saindo do estacionamento. A Van acelerou e conseguiu sair do caminho, uns 4 segundos antes da Keli passar por esse ponto. Ainda bem, seria um estrago muito grande, uma perda irreparável. Imagina só se acontece alguma coisa? A Van ficaria toda amassada... Confesso que fiquei aliviado pela Van ter saído ilesa dessa.

Hora de ir embora. Poderia acabar o post aqui. Mas não, a jornada de nós, guerreiros da neve suburbana , não pode acabar assim. Na volta, todos estavam quase dormindo. Até que alguém gritou: “Caralho, tem uma mala pendurada na porta do porta-malas”. Caralho, era uma mala pendurada na porta do porta-malas. A porta do porta-malas abriu com o ônibus em movimento.

Todos apavorados começaram a gritar para o motorista parar o ônibus e ele andou mais uns 500 metros antes de parar. Ele desceu, viu que não tinha nenhuma mala caída, fechou a porta e voltou a dirigir. Fiquei imaginando o critério que ele usou para saber que nenhuma mala havia caído. Ele viu que tinham malas lá dentro e pensou: “Não tem nenhuma mala que caiu aqui, logo não caiu nenhuma”. Será que é porque se alguma mala tivesse caído ela não estaria ali!?

Ele andou mais uns 30 minutos até que, após algumas ameaças de morte, ele parou o ônibus pra todo mundo descer conferir se a mala estava lá. Todas as malas estavam lá, inclusive os lazarentos que chegaram gritando de madrugada no Hostel. Mas fiquei imaginando: e se algumas malas tivessem caídos? Ele iria voltar pra pegar? Eu só imaginava um alce andando pelo meio da mata com uma mala na cabeça e todo mundo correndo atrás.

Apesar dos pesares, tudo ocorreu bem nessa viagem. A neve não é como eu pensava que fosse, eu não dormi a noite, eu não fiz um boneco de neve, eu esquiei em um tapete e quase perdi minha mochila com todos os documentos. Mas e daí!? Se tudo ocorrer como planejado não tem graça. Se tudo ocorrer como planejado, não tem histórias pra contar. Se não tem histórias pra contar não tem post nessa joça. Se não tem post nessa joça...Aaah, vocês entenderam o espírito da coisa.

Câmbio, desligo. 


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Serra da estrela: Eu vi neve! - Parte 1


Segunda-feira, 10 de dezembro de 2012. 22 horas e 41 minutos. Hoje faz exatos 3 meses que estou em Portugal. Começam os primeiros sintomas de saudade, que as vezes potencializa-se e escorre pelos olhos. Corintianos sem dinheiro para hotel estão criando a primeira favela no Monte Fuji, alerta governo japonês.

Esse final de semana fui tentar realizar um sonho de criança: ficar rico. Mas também fui a Serra da Estrela, o ponto mais alto de Portugal. Fomos com uma excursão do Erasmus (entidade representante de todos os estrangeiros que invadiram a Universidade de Coimbra). Como a história é grande, dividirei em duas partes para vocês, fiéis e incompreendidos leitores dessa joça, não se cansarem tanto.

Silent Hill Coimbra logo pela manhã

Acordamos sábado cedo, mais exatamente cedo pra caramba, pra pegar o ônibus até lá. Antes de chegar a Serra da Estrela fizemos algumas paradas. A primeira delas foi na Aldeia de Piodão, uma aldeia que fica a beira da Serra do Açor. Era um lugar onde tudo era feito de pedra: as casas eram feitas de pedra, as paredes eram feitas de pedra, as ruas eram feitas de pedra, os tetos das casas eram feitos de pedra, as pessoas eram feitas de pedra e até mesmo as pedras eram feitas de pedras. A principal fonte de renda dos moradores é a agricultura, além é claro, do cultivo de pedras.

Paredes e teto feito de pedra

Área de agricultura e cultivo de pedras

Depois fomo até um canil onde haviam cães (olha só que inovador isso). Mas não eram cães qualquer. Eram cães da Serra da Estrela, que diferenciavam-se dos outros pelo fato de viverem na Serra da Estrela. Haviam alguns cães bonitos, mas outros que acham-se iguais abandonados pelas ruas no Brasil.
Uma raça dessa custa cerca de 600 euros (1500 reais)
Fomos então rumo a Serra da Estrela. Jurava que não iria ver neve. Levei muitas blusas e já estava me arrependendo de não estar levando calção e regata, já que estava muito calor. Estava com medo de encontrar chão rachado pela seca ao invés de neve.

A subida da Serra é, diria eu, elegante. Sabe aquele negócio que você vê em filmes, dos carros subindo em espiral uma montanha, o carro quase caindo ribanceira a baixo? É exatamente assim. E posso garantir que estar do lado de dentro do veículo que está subindo é muito melhor.

Alguns Resquícios de Neve

Já estávamos quase no topo quando começamos a ver resquícios de neve. Até que chegamos ao topo e vimos tudo branco, tudo gelado, tudo como nos filmes.

Neve. Chupa Mundo

Neve é coisa de rico, algo que só tinha visto pela TV, ou em alguma daquelas revistas de turismo que você lê na sala de espera do dentista. É um fenômeno que só acontece em países descentes, mas também na Argentina. Nós sul-brasileiros temos a forma pobre da neve, a geada.

A neve nos proporciona algumas imagens lindas, como por exemplo, ver alguns animais insignificantes e desprovidos de cérebro que andam por aí usando casacos de pele de outros animais. Mas enfim, eu vi neve!

Sou um bom fotógrafo as vezes. E bonito, simpático, divertido, mentiroso
e modesto
Mas não é nada parecido com os filmes. É que na verdade não vi neve caindo do céu, aqueles flocos de neve caindo como no comercial do Danoninho Ice. A neve é dura. Sabe aquele gelo que fica nas extremidades do congelador? Pois então, neve é aquilo.

Tinha umas bolas de gelo neve tão grandes que eu fui brincar de guerrinha de neve e matei um amigo.  Mas aaah, era neve. Estava tudo branco e pude ver o pôr-do-Sol do lugar mais alto de Portugal, onde o céu laranja contrastava com o chão branco.
E assim surge a Igreja Bola de Neve Church

Vamos brincar de guera de neve. Quem sangrar antes perde

Fiquei meio frustrado por não poder fazer um boneco de neve. Precisa de muita neve pra isso, e neve em um estado que eu possa jogar na cabeça de um amigo sem matá-lo. Lembro quando criança que eu coloquei meu boneco dos Power Ranges no congelador pra eu ter um boneco de neve, frustradamente.

Antes de ir embora entramos em uma loja que vendia queijos, nada além de queijos. Havia diversos tipos: queijo ruim, queijo péssimo, queijo horrível, queijo lazarento de ruim, puta que pariu que queijo é esse e também do tipo Eu não vou comer esse queijo.

Essa foto fede a queijo

Fomos para um Hostel ao pé da Serra da Estrela. Hostel é um tipo de albergue. Você divide quarto, moral e dignidade com outras pessoas que você não conhece.

Fiquei feliz quando soube que haveria jantar. Fiquei triste quando comi o jantar. Quando chegou minha vez acabou o arroz, e só tinha carne de pomba com batatas. Há muito tempo atrás comi pomba, era bom. Mas não sei o que tinha naquilo, era tão seca que parecia àqueles caquis marrentos. E tenho uma leve impressão de que a cozinheira colocou açúcar ao invés de sal nas batatas. Outro lugar que cozinhavam tão mal que rezamos antes e depois de comer.

Ok, foi legal comer batata frita doce com pomba seca, interagir com outras pessoas e tudo. Mas a hora de dormir foi um inferno. A cada 15 minutos alguém acendia a luz e demorava 1 hora pra apagar de novo. Tudo isso não seria um problema se eu não estivesse dormindo na parte de cima do beliche e a lâmpada não ficasse em cima de mim. Quando finalmente consegui dormir (umas 3h da manhã), uma galera do outro quarto chegou bêbada e gritando. Gritando pra acordar os outros, de propósito. Sinceramente não desejo mal algum pra eles. Mas eu não gosto muito de toupeiras. Por isso desejo que algumas toupeiras entrem pelo canal retal de cada um deles.

Amanhã eu posto a segunda parte. Falarei sobre o esqui na neve (só que não), sobre um homem das cavernas europeu e sobre uma perigosa apresentação de slides.

Câmbio, desligo. 

Veja aqui a segunda parte dessa aventura.(leia com a voz do locutor da Sessão da Tarde. Obrigado).

Veja aqui o que aconteceu em Porto. 

domingo, 25 de novembro de 2012

Nunca tome um laxante e um remédio pra dormir na mesma noite


Domingo, 25 de novembro de 2012. 22 horas e 40 minutos. Em Portugal o dia está frio e chuvoso. Perfeito pra dormir de conchinha com a solidão...

Reza a lenda que hoje teve PSS na Princesa dos Campos Gerais (que será a Princesa do Amado Batista sábado). Resolvi escrever alguma coisa porque estou aqui em Portugal de roupão tomando caipirinha de vinho do Porto (chupa sociedade) por causa desse tal PSS.

Pra quem não sabe, PSS significa Processo Seletivo SZzzzzzzzzZzzzZzzzz. Exatamente, é mais umas daquelas provas idealizadas na seleção natural de Darwin onde os mais adaptados sobrevivem e os menos adaptados morrem e vão pagar todos os seus pecados em uma Universidade. É tipo um vestibular, onde ao invés de perder seu final de semana somente ao fim do Ensino Médio você perde-o nos três anos do Ensino Médio.  

No primeiro ano eu fui mal pra caramba. De mil pontos eu fiz só 396. Ali eu já pensava que sabia o que queria na vida: não participar da maldita seleção natural darwiniana. No segundo deu pra dar uma animada. Só que não. Tirei 400 pontos. Desânimo total.

Ainda bem que meus pais não eram daqueles de fazer pressão pro filho passar no vestibular. Aqueles pais que dizem: “Não quero fazer pressão, MAS VOCÊ TEM QUE PASSAR!”. Graças a isso quase deixei de fazer o terceiro PSS. Queria desistir antes de começar pra evitar expectativas.

Meus pais não me pressionavam pra passar. Nem meu irmão. Mas meu irmão é de certo modo “capitalista”. Ele é quem pagou os dois primeiros, e já que o último era de graça, não queria perder o investimento.

Eu havia escolhido o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Não estudei nada. O básico sobre biologia eu sabia, como por exemplo, o sistema de classificação dos seres vivos:

Reino -> Filo -> Classe -> Ordem -> Família -> Gênero -> Espécie -> Time de Futebol -> Política -> Religião

Na noite anterior tinha ficado até tarde no finado MSN (era no tempo que só era amor se colocasse o nome da pessoa no SubNick do MSN). Mas fui acordado. Como saber se eu estou acordado? Se eu estiver reclamando de sono, estou acordado.

Me esforcei nas questões. Não com o objetivo de ir bem, mas eu estava totalmente entediado naquela sala e eu precisava de algo pra me distrair. Até tinha um ‘concorrente’ gordo que armou um piquenique na mesa da prova com chocolates, salgadinhos, refrigerantes e um mini-câncer do Macdonald’s. Mas precisava de algo menos gorduroso pra passar o tempo.

Até que cheguei na redação. O tema era algo com “Abaixo está listada 10 coisas que se aprendem com a vida. Escolha uma delas e faça um texto narrativo”.

Lembro exatamente da qual escolhi: “Não tomar um laxante e um remédio pra dormir na mesma noite”. Acho que nem li as outras, só precisava dessa frase...

Eu já estava ‘ferrado’. Não queria estar ali, mas estava. Na minha visão não havia a menor possibilidade de passar no PSS. E lá fui eu...

Escrevi um texto sobre um menino que estava com tosse. Então, ele confundiu os remédios e acabou tomando laxante e remédio pra dormir. Tosse, laxante e sono profundo. Que tema profundo...

Como podem ver minha redação ficou uma merda, literalmente. Cheguei até a achar que iriam zerá-la. Mas não acreditei quando vi o resultado: tirei 80epoucos pontos na redação que valia 100. Aproveito e deixo aqui meu agradecimento ao cara que foi bêbado e corrigiu minha redação.

Saí da sala aliviado. Lembro de alguns dizendo: “Ah, que droga! Se eu tivesse acertado uma a mais minha nota teria sido maior”. Gênios da matemática!

Pouco tempo depois saíram os resultados. Eu estava nem aí, nem fui olhar. Quando o Excelentíssimo Wellinton Galvão (irmão da Excelentíssima Bia Galvão, a qual falsamente diz gostar dessa joça a qual vulgarmente chamo de blog) me avisou por um SMS que eu estava na lista de espera.

Quando fui olhar, uma grande surpresa: eu era o único na lista de espera. E só fiquei na lista de espera porque eu estava tão ‘animado’ com o PSS que nem coloquei minha nota do Enem.

Mas uma alma bondosa desistiu. Agradeço a essa pessoa e principalmente aos capangas que paguei pra forçar essa pessoa a desistir.

Pois bem, todos esses fatos e muitos outros que aos poucos vou expondo aqui fizeram com que o pobre menino que fez uma redação de merda (desculpem-me o trocadilho) chegasse até aqui. Deixei de escrever bobagens em um texto de PSS pra escrever bobagens na Europa.

Graças àquele texto de merda pude vir seduzir a todos em Portugal. Seduzir, só que
ao contrário.
Olha só com são as coisas. Uma das lições mais importantes que a vida me deu é que nunca se deve tomar um laxante e um remédio pra dormir na mesma noite.

Câmbio, desligo.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Há 19 anos decepcionando e frustrando pessoas

Terça-Feira, 20 de novembro de 2012. 22 horas e 40 minutos. Há exatos 19 anos minha mãe perdia a novela por minha culpa. Acordei chateado, já que não vi café na cama nem massagens nos pés.

Hoje é um dia magnífico. Um dia bonito e cheio de vida. Espetacular. Tá até no Google e Wikipedia. É o dia da consciência negra! E claro, eu não poderia deixar esse dia passar em BRANCO (tun tun tisss).

Mas hoje também é meu aniversário. Há exatos 19 anos estou decepcionando e frustrando pessoas.  Teve bolo, coxinha, 7 bolinhas de queijo, Licor de Merda (acreditem, aqui existe Licor disso) e chupa sociedade: Vinho do Porto.
Bebida sofisticada é outra coisa.
Além de mim, outra pessoa está fazendo aniversário. Deixo aqui meus parabéns ao Teixeira pelos seus 24 anos. Uma pessoa que está adorando fazer 24 anos. Uma pessoa que gostaria de fazer 24 todos os anos. Uma pessoa que fará 24 anos pro resto da vida.

Nunca pensei que comemoraria um aniversário na Europa. Mas também nunca imaginei que estaria desabando água lá fora e que eu teria 5 aulas das 10 da manhã às 8 da noite. Mas é a vida na Europa: um dia chove e faz frio, no outro faz frio e chove...

Foi uma grande surpresa. Pelo menos até as 5 horas da tarde, quando uma menina simpática que quebrou metade dos copos daqui de casa entregou tudo. Chegamos, zoamos o pessoal aqui de casa que queriam fazer uma surpresa e só depois entramos. Fizemos cara de espanto, e ninguém conseguiu cantar parabéns por dois motivos: todos riam e o vinho do porto mal foi aberto e já fazia efeito.

Foi uma grande surpresa. Só que não.
Tudo isso me fez lembrar de quando eu era criança e rolava aquelas festinha de aniversário, com aqueles bolos enormes. Reparei uma coisa: o tamanho do bolo vai diminuindo com o passar dos anos.  Isso é triste: quando menor o bolo, menos amigos você tem. Tenho amigos tão chatos que estão comemorando o aniversário com um cupcake.
Logo chegarei ao Cupcake. 
Chegou a hora de assoprar as velinhas. Achamos uma vela de 7º dia aqui em casa e improvisamos. Nostalgia total: lembrei-me daquele vizinho chato que sempre ia nas minhas festinhas de aniversário e nunca me deixava assoprar as velinhas. Sério, todo ano ele assoprava e eu não consegui fazer o pedido. Acho que ele sempre assoprava e pedia pra estar lá no próximo ano assoprando novamente. Eu só queria assoprar a maldita velinha! Só queria assoprar e pedir para que aquele vizinho chato não fosse ao próximo aniversário.
Mas ele não se contentava em assoprar a MINHA velinha. Ele tinha ódio de mim. Na hora dos Parabéns tudo muito bonito:

                “Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida”

Olha que legal, mensagem positiva.  Então aquele vizinho injuriado dizia: “E pra ele nada!!”

Como assim cara? Eu faço uma festinha legal, encomendo os salgadinhos... e você vem me desejar isso?
Então seus amigos tentam te defender: “Tuuudo”. Mas ele não se conforma. Exaltado, ele grita: “Então como é que é?”. E o que mais me assusta é o argumento dos meus amigos: “É Pic, É Pic, é hora é hora é hora. Rá-Tim-Bum”.

Como é que é galera? Esse é o melhor que vocês têm a dizer? Eu imagino um cara pego na cama com a amante dizendo: “Não é isso que você está pensando amor”. A esposa pergunta: “Então o que é?”. E o cara argumenta: “É Pic, É Pic, é hora é hora é hora. Rá-Tim-Bum”.

E pra finalizar tem a hora de cortar o bolo. Sempre tem um idiota que grita: “Corta de baixo pra cima pra subir na vida”. Pra que estudar, fazer faculdade, estudar no exterior com o apoio da Capes, trabalhar...pra que tudo isso se eu posso ser um profissional de sucesso cortando o bolo de baixo pra cima? Sei lá, acho que Portugal está em crise pelo fato dos portugueses não terem cortado o bolo de baixo pra cima.

Muito obrigado ao Mathias, Keli, Rafael (o que fez todos os salgadinhos e bolo), Jacqueline (a menina simpática que quebrou metade dos copos) e a Danizinha. Foi quase melhor que um café na cama com massagens nos pés.

Câmbio, desligo. 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Eu estive em Porto, alegre.


Palmeiras/Segunda-feira, 19 de novembro de 2012. 22 horas e 50 minutos. Amanhã é meu aniversário. Quero acordar com café na cama e massagem nos pés. Fica a dica pro pessoal aqui de casa.

Nossa primeira viagem como ‘turistas’ e não como estudantes começou sábado pela manhã. O tempo estava lindo: um dia preguiçoso com previsão de pancadas de sono a qualquer momento da tarde. O tempo estava a minha cara, ou seja.

Mas como somos fortes (e porque não tinha mais como cancelar a reserva do Hotel) partimos pra Porto assim mesmo. Era a primeira vez (não só aqui, mas na vida) que eu ia viajar de comboio (Lê-se: trem).
Não basta ser pobre. Tem que ir pra Europa (?) e tirar foto
dentro do trem.

Como somos turistas, entramos no espírito e vimos o horário errado do comboio. Chegamos na bilheteria pra comprar o bilhete faltando 3 minutos pro comboio sair. Pegamos um Comboio até Aveiro e de lá precisamos trocar de comboio pra ir até Porto. Aí foi o auge da viagem...

Chegamos em Aveiro e avistamos um comboio que dizia “Aveiro – Porto”. Estranhamos, pois no bilhete estava que o Comboio chegaria 12:19 e ainda era meio dia. Mas mesmo assim tentamos pegá-lo. Tentamos...

O comboio já estava de saída quando corremos para pegá-lo. O Comboio parou, e o senhor que confere os bilhete exalando simpatia disse (Lê-se gritou): “Vocês só podem estar brincando comigo (repete isso 37 vezes), entrem logo”. Com tanta simpatia foi impossível resistir a tal convite. Entramos...quando estávamos indo sentar ele pediu pra conferir o bilhete. Eu estava quase sentado quando ouvi “TODO MUNDO PRA FORA JÁ”. O maldito comboio já estava dando partida. Mas mesmo assim o senhor simpatia começou a nos empurrar pra fora do Comboio com o mesmo em movimento. Quando chegou minha vez de descer (eu era o último) o comboio já estava parado. Caso contrário, nesse exato momento você estaria lendo um post sobre o sistema de saúde português ao invés desse que estou a escrever.

Depois de muitas risadas descobrimos porque fomos expulsos do comboio: aquele era o comboio de primeira classe. Realmente é muito melhor viajar na primeira classe. Onde mais eu teria a oportunidade de ver meus amigos sendo jogados de um trem em movimento?

Mas chegamos até Porto. Porto, pra quem não sabe, é a cidade que deu nome a Portugal. Porto também é conhecida como “Cidade Invicta”, devido ao fato de que na época do imperialismo nenhum conquistador encontrou nela algo que valesse a pena conquistar ou invadir.

Chegamos e fomos comer em um restaurante chamado “Paraná”. Após comer um delicioso prato de arroz DE feijão (aqui o arroz não é servido separado do feijão, os dois vem misturados) perguntei para o garçom o porque do nome, já que Paraná vem do Tupi: “semelhante ao mar”. O garçom respondeu que era porque os antigos donos vieram do Paraná. Mas de Paranaense não tinha nada! Garanto que se eu pedisse um "pão com vina daqueles virado num guede” eles não iam ter.

Após o almoço fomos ao Museu Militar do Porto. Achamos que seria uma visita rápida, mas ganhamos (e não perdemos) duas horas lá. Tinha vários artefatos da primeira e segunda guerra mundial lá. Haviam artefatos de outras guerras, como de alguns casamentos, por exemplo.
Antes do Casamento
Durante o Casamento

Depois do Casamento
Uma das coisas mais legais era a coleção de soldadinhos. Quando eu era criança eu me achava o máximo por ter dezenas desses. Cheguei lá e vi centenas. Obrigado Museu Militar do Porto por acabar com minha infância.
Chatiado
E assim surge o Funk...

Após sair do Museu fomos em direção ao hotel. No caminho encontrei um senhor achando que estava no carnaval brasileiro e não pude deixar de tirar uma foto. Detalhe: a esposa dele estava atrás, viu tudo e ainda contou pra ele. Não sei o que ele disse, já que andei rápido como nunca havia andado.


País de primeiro mundo é outra coisa, aqui reciclam até urina.

Confundi Porto em Portugal com Porto Alegre e ficamos hospedados em um Hotel na Rua da Alegria. Mas nem isso nem essa piada ruim que acabei de fazer importam.

Descemos até o Rio Douro para ver o ponto turístico mais famoso da cidade: a Ponte Dom Luis. Rio Douro é um rio que nasce na Espanha e termina em Porto. Não serve para nada além de ser referência para sabermos que estamos chegando próximo a Estação de Campanhã no Porto.

Ponte Dom Luis. Peço desculpas por estragar a foto.

Rio Douro


Após muita procura, fomos jantar. Uma moça nos recomendou comer uma francesinha. É, eu também achava que só ouviria isso de um cafetão em Paris, mas enfim. Aceitamos a sugestão, com extremo arrependimento depois. Francesinha é pão com queijo, fiambre e carne; coberto por um molho especial. Tudo estaria perfeito se esse tal “molho especial” não tivesse gosto de sopa de mandioca vencida com pinga. Era tão ruim que rezei antes e depois de comer.

Aí já percebíamos a diferença entre os lusos de Porto e os lusos de Coimbra. Os de Porto são mais calmos, mais simpáticos e mais sorridentes. Também deu pra perceber uma certa diferença no sotaque. O pessoal de Porto fala mais devagar, com uma fonia parecida com a do brasileiro. Os de Coimbra são mais impacientes. Quando um português de Coimbra fala, o brasileiro não entende e pergunta em Português do Brasil - "Oi"? Então, o Português começa a ficar irritado e diz "Mas oi o quê? Já estou a falar contigo a dez minutos e agora é que te lembras de dizer olá?!"

Gatinha 
Depois de comer a francesinha (no bom sentido, claro) fomos comprar o famoso vinho do Porto. Entramos em uma loja e o “Mordomo Mãozinha” que aparece no Todo em Pânico 2 nos atendeu. Perguntamos qual vinho ele nos sugeria e ele nos ofereceu um que custava 1400 euros. Como sou um Lord, pedi um melhor e ele ofereceu um que custava 11 euros.

Chegamos ao Hotel e fomos degustar o dito cujo. Tentamos, mas não teve como. O tal Vinho do Porto tem 20% de álcool (no Brasil normalmente beira os 12%). Dava pra sentir apenas o gosto do álcool. Como um ‘sommelier’ nato, digo e recomendo: vinho do Porto não é bom. Já provei melhores (Campo Largo, por exemplo).

Acordamos e fomos para o pequeno almoço (café da manhã) do Hotel. Pressentíamos que iria ser um longo período sem comer, então comemos muito. O pequeno almoço virou um Grandessíssimo Almoço.

Pegamos um autocarro (ônibus) para ir até o litoral. Mas antes paramos no Jardim de Serralves. Lá era lindo. Uma mistura de folhas amarelas nas árvores com folhas amarelas no chão com folhas amarelas por todo o lado.

Sou alguém com a cabeça cheia de ideias vazias.
O Mundo quer Pás. 
Depois fomos ao Jardim da Cidade, que é um jardim da cidade. Ele era enorme, do tamanho da fome que eu estava. Demoramos cerca de 2 horas atravessando o parque para chegar ao Litoral. O parque também era lindo. Uma mistura de folhas amarelas nas árvores com folhas amarelas no chão com folhas amarelas por todo o lado. Não, espera...

Após muito andar, encontramos um lugar à beira do mar pra almoçar. No restaurante estava tocando aquele DVD nostálgico com 98 clipes que todo mundo tem. Quando reparei eu já estava dançando sem camisa em cima da mesa ao som de Roxette.

Após isso andamos pela praia e fomos até o Castelo do Queijo, que tem esse nome por alguma razão que não é por parecer um queijo. Lá ficamos até a noite vendo o pôr-do-sol. Uma dica pra vocês: não gastem dinheiro com roupas caras, carros ou ingressos pro Show da Lady Gaga. Usem esse dinheiro pra ver o pôr-do-sol na praia algumas vezes.

Correndo como um homem deve correr...

Peço desculpas a mãe natureza por estragar o pôr-do-sol.
Desculpa. 

Para finalizar só posso dizer que Porto é lindo. Uma mistura de folhas amarelas nas árvores com folhas amarelas no chão com folhas amarelas por todo o lado.


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O dia em que a Terra parou


Quinta-feira, 15 de novembro de 2012. 1 hora e 2 minutos. Saudades da sequência de feriados brasileiros. Aqui feriado só em dezembro, já no Brasil o feriado cai na quinta e o Palmeiras no domingo. 

Hoje Portugal parou! O professor pardal parou, a moça que vende bilhetes do trem parou, até mesmo o tio mal humorado da cantina parou.

Hoje foi dia da Greve Geral em alguns países da Europa. Ao contrário do Brasil, em dia de greve as pessoas saem às ruas para protestar.



Mas protestar contra o que? Portugal é um país de primeiro mundo, estrategicamente localizado no lado do mundo que não há problemas: Hemisfério Norte. Só que não. Há tempos Portugal anda mal. Portugal anda tão mal que está rodando a bolsinha na Zona do Euro.
Mas voltando a paralização geral, protestar contra o que? Vamos a alguns pontos:

Portugal pretende fazer um corte de cerca de 10% no financiamento das Universidades públicas. Esses 10% correspondem a 60 milhões de euros. Sabe quanto dinheiro é isso? Dava pra comprar a Fantástica Fábrica de Chocolates do Willy Wonka e 37 Kinder Ovo’s. 60milhões de euros é 100 vezes o valor que o Corinthians pagou pra levar o Campeonato Brasileiro de 2005.

Tem também a tal “Nova Lei do Arrendamento”. Essa nova lei prevê um aumento de 25% nos valores de arrendamento (arrendamento é em Portugal o mesmo que aluguel no Brasil). Sinceramente espero que a Capes leia esse humilde blog e caso isso ocorra mesmo, que ela faça um reajuste de 125% na bolsa para dar-nos uma ajudinha.


Outra coisa que essa Nova Lei irá causar é o despejo mais fácil dos inquilinos em relação ao atraso dos aluguéis. Ou seja, se o Seu Madruga estiver morando aqui na terrinha nem o Chapolin poderá lhe defender, já que agora o inquilino poderá ser despejado após 3 meses sem pagar o aluguel. Os vários “Senhores Barrigas” portugueses estão realizados com isso, já que além de poder despejar os “seus madrugas” mais rápido também poderão exigir os meses atrasados mais rápido também.



Mas voltando a greve, até isso se torna uma atração turística aqui na Europa. Lá pelas 3h da manhã (não nos pergunte o que estávamos fazendo a essa hora na rua) nos deparamos com grupos de estudantes cobrindo as estátuas em frente a Faculdade de Letras que representam as Artes Liberais com panos pretos. Segundo informações, era uma forma de protesto. Cobriram as estátuas para que elas não vissem o descaso do governo com a educação. Confesso que as estátuas ficaram mais sexys de preto. Sei lá, preto emagrece.


Estátuas vestidas para o Churrascon. 

Também trancaram com panos pretos e cadeados a Porta Férrea, porta a qual dá acesso a Faculdade de Direito e a Reitoria, impedindo a passagem do digníssimo reitor. Fui lá tirar fotos quando um estudante me abordou e disse que era pra eu escrever uma mensagem para o reitor em um dos papéis que estavam lá. Onde já se viu isso, ficar de baderna e ficar escrevendo palavras ofensivas contra o reitor da Universidade que me acolheu!? Uma pessoa sensata não faria isso! Mas como não sou essa pessoa, deixei meu recadinho...


"Acabo de chegar e já vejo que estás mal" (CARLOS, Weverton)

Confesso que fiquei impressionado com a organização dos portugueses na realização da greve. Enquanto no Brasil o pessoal aproveita a greve pra dormir até tarde, levantando do sofá só pra pegar o controle da Tv’ pra mudar de canal quando começa o programa da Fátima Bernardes, em Portugal os lusos nem dormem, aproveitando a madrugada para fazer suas ‘travessuras’.
Confesso também que acho as mobilizações de greve do Brasil ridículas. Há tempos orkutizaram a greve no Brasil. Mas aqui não é diferente. Vê-se aqui vários muros e monumentos pichados e em outras cidades houve confronto de estudantes com a polícia.



"A gente não quer só comida.A gente quer comida, diversão e arte"... Pra mim comida tá ótimo, não precisa mais nada...

Câmbio, desligo.