segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Eu estive em Porto, alegre.


Palmeiras/Segunda-feira, 19 de novembro de 2012. 22 horas e 50 minutos. Amanhã é meu aniversário. Quero acordar com café na cama e massagem nos pés. Fica a dica pro pessoal aqui de casa.

Nossa primeira viagem como ‘turistas’ e não como estudantes começou sábado pela manhã. O tempo estava lindo: um dia preguiçoso com previsão de pancadas de sono a qualquer momento da tarde. O tempo estava a minha cara, ou seja.

Mas como somos fortes (e porque não tinha mais como cancelar a reserva do Hotel) partimos pra Porto assim mesmo. Era a primeira vez (não só aqui, mas na vida) que eu ia viajar de comboio (Lê-se: trem).
Não basta ser pobre. Tem que ir pra Europa (?) e tirar foto
dentro do trem.

Como somos turistas, entramos no espírito e vimos o horário errado do comboio. Chegamos na bilheteria pra comprar o bilhete faltando 3 minutos pro comboio sair. Pegamos um Comboio até Aveiro e de lá precisamos trocar de comboio pra ir até Porto. Aí foi o auge da viagem...

Chegamos em Aveiro e avistamos um comboio que dizia “Aveiro – Porto”. Estranhamos, pois no bilhete estava que o Comboio chegaria 12:19 e ainda era meio dia. Mas mesmo assim tentamos pegá-lo. Tentamos...

O comboio já estava de saída quando corremos para pegá-lo. O Comboio parou, e o senhor que confere os bilhete exalando simpatia disse (Lê-se gritou): “Vocês só podem estar brincando comigo (repete isso 37 vezes), entrem logo”. Com tanta simpatia foi impossível resistir a tal convite. Entramos...quando estávamos indo sentar ele pediu pra conferir o bilhete. Eu estava quase sentado quando ouvi “TODO MUNDO PRA FORA JÁ”. O maldito comboio já estava dando partida. Mas mesmo assim o senhor simpatia começou a nos empurrar pra fora do Comboio com o mesmo em movimento. Quando chegou minha vez de descer (eu era o último) o comboio já estava parado. Caso contrário, nesse exato momento você estaria lendo um post sobre o sistema de saúde português ao invés desse que estou a escrever.

Depois de muitas risadas descobrimos porque fomos expulsos do comboio: aquele era o comboio de primeira classe. Realmente é muito melhor viajar na primeira classe. Onde mais eu teria a oportunidade de ver meus amigos sendo jogados de um trem em movimento?

Mas chegamos até Porto. Porto, pra quem não sabe, é a cidade que deu nome a Portugal. Porto também é conhecida como “Cidade Invicta”, devido ao fato de que na época do imperialismo nenhum conquistador encontrou nela algo que valesse a pena conquistar ou invadir.

Chegamos e fomos comer em um restaurante chamado “Paraná”. Após comer um delicioso prato de arroz DE feijão (aqui o arroz não é servido separado do feijão, os dois vem misturados) perguntei para o garçom o porque do nome, já que Paraná vem do Tupi: “semelhante ao mar”. O garçom respondeu que era porque os antigos donos vieram do Paraná. Mas de Paranaense não tinha nada! Garanto que se eu pedisse um "pão com vina daqueles virado num guede” eles não iam ter.

Após o almoço fomos ao Museu Militar do Porto. Achamos que seria uma visita rápida, mas ganhamos (e não perdemos) duas horas lá. Tinha vários artefatos da primeira e segunda guerra mundial lá. Haviam artefatos de outras guerras, como de alguns casamentos, por exemplo.
Antes do Casamento
Durante o Casamento

Depois do Casamento
Uma das coisas mais legais era a coleção de soldadinhos. Quando eu era criança eu me achava o máximo por ter dezenas desses. Cheguei lá e vi centenas. Obrigado Museu Militar do Porto por acabar com minha infância.
Chatiado
E assim surge o Funk...

Após sair do Museu fomos em direção ao hotel. No caminho encontrei um senhor achando que estava no carnaval brasileiro e não pude deixar de tirar uma foto. Detalhe: a esposa dele estava atrás, viu tudo e ainda contou pra ele. Não sei o que ele disse, já que andei rápido como nunca havia andado.


País de primeiro mundo é outra coisa, aqui reciclam até urina.

Confundi Porto em Portugal com Porto Alegre e ficamos hospedados em um Hotel na Rua da Alegria. Mas nem isso nem essa piada ruim que acabei de fazer importam.

Descemos até o Rio Douro para ver o ponto turístico mais famoso da cidade: a Ponte Dom Luis. Rio Douro é um rio que nasce na Espanha e termina em Porto. Não serve para nada além de ser referência para sabermos que estamos chegando próximo a Estação de Campanhã no Porto.

Ponte Dom Luis. Peço desculpas por estragar a foto.

Rio Douro


Após muita procura, fomos jantar. Uma moça nos recomendou comer uma francesinha. É, eu também achava que só ouviria isso de um cafetão em Paris, mas enfim. Aceitamos a sugestão, com extremo arrependimento depois. Francesinha é pão com queijo, fiambre e carne; coberto por um molho especial. Tudo estaria perfeito se esse tal “molho especial” não tivesse gosto de sopa de mandioca vencida com pinga. Era tão ruim que rezei antes e depois de comer.

Aí já percebíamos a diferença entre os lusos de Porto e os lusos de Coimbra. Os de Porto são mais calmos, mais simpáticos e mais sorridentes. Também deu pra perceber uma certa diferença no sotaque. O pessoal de Porto fala mais devagar, com uma fonia parecida com a do brasileiro. Os de Coimbra são mais impacientes. Quando um português de Coimbra fala, o brasileiro não entende e pergunta em Português do Brasil - "Oi"? Então, o Português começa a ficar irritado e diz "Mas oi o quê? Já estou a falar contigo a dez minutos e agora é que te lembras de dizer olá?!"

Gatinha 
Depois de comer a francesinha (no bom sentido, claro) fomos comprar o famoso vinho do Porto. Entramos em uma loja e o “Mordomo Mãozinha” que aparece no Todo em Pânico 2 nos atendeu. Perguntamos qual vinho ele nos sugeria e ele nos ofereceu um que custava 1400 euros. Como sou um Lord, pedi um melhor e ele ofereceu um que custava 11 euros.

Chegamos ao Hotel e fomos degustar o dito cujo. Tentamos, mas não teve como. O tal Vinho do Porto tem 20% de álcool (no Brasil normalmente beira os 12%). Dava pra sentir apenas o gosto do álcool. Como um ‘sommelier’ nato, digo e recomendo: vinho do Porto não é bom. Já provei melhores (Campo Largo, por exemplo).

Acordamos e fomos para o pequeno almoço (café da manhã) do Hotel. Pressentíamos que iria ser um longo período sem comer, então comemos muito. O pequeno almoço virou um Grandessíssimo Almoço.

Pegamos um autocarro (ônibus) para ir até o litoral. Mas antes paramos no Jardim de Serralves. Lá era lindo. Uma mistura de folhas amarelas nas árvores com folhas amarelas no chão com folhas amarelas por todo o lado.

Sou alguém com a cabeça cheia de ideias vazias.
O Mundo quer Pás. 
Depois fomos ao Jardim da Cidade, que é um jardim da cidade. Ele era enorme, do tamanho da fome que eu estava. Demoramos cerca de 2 horas atravessando o parque para chegar ao Litoral. O parque também era lindo. Uma mistura de folhas amarelas nas árvores com folhas amarelas no chão com folhas amarelas por todo o lado. Não, espera...

Após muito andar, encontramos um lugar à beira do mar pra almoçar. No restaurante estava tocando aquele DVD nostálgico com 98 clipes que todo mundo tem. Quando reparei eu já estava dançando sem camisa em cima da mesa ao som de Roxette.

Após isso andamos pela praia e fomos até o Castelo do Queijo, que tem esse nome por alguma razão que não é por parecer um queijo. Lá ficamos até a noite vendo o pôr-do-sol. Uma dica pra vocês: não gastem dinheiro com roupas caras, carros ou ingressos pro Show da Lady Gaga. Usem esse dinheiro pra ver o pôr-do-sol na praia algumas vezes.

Correndo como um homem deve correr...

Peço desculpas a mãe natureza por estragar o pôr-do-sol.
Desculpa. 

Para finalizar só posso dizer que Porto é lindo. Uma mistura de folhas amarelas nas árvores com folhas amarelas no chão com folhas amarelas por todo o lado.


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