domingo, 10 de fevereiro de 2013

1 Real em Paris

Domingo, 10 de fevereiro de 2013. 23 horas e 19 minutos. "Se eu ganhasse 1 real por cada decepção eu estaria decepcionado em Paris." Nunca essa piada foi tão mal interpretada. Enfim, se ganhasse dinheiro por decepções continuaria enriquecendo em Paris! Francês é a segunda língua mais bonita do mundo, porque a primeira, com certeza, é a minha. 

Paris. Capital da França, conhecida por grandes feitos como a Revolução Francesa, a Torre Eiffel e a cabeçada do Zidane na final da Copa do Mundo de 2006.


Chegamos lá dia 4 em um aeroporto longe pra caramba do centro de Paris. Tivemos que alugar uma van para ir até o Hotel, que custou 100 euros: o preço de um almoço no centro de Paris.



Ao contrário de Londres, o hotel em que ficamos era ruim (em relação ao muito ruim encontrado em Londres). Aliás, era ótimo em relação ao de Londres, dava até pra escolher a temperatura do chuveiro. Olha só que luxo...

O Pau brasileiro faz sucesso em todo e qualquer lugar.

Chegamos ao hotel às 19h e eu estava com tanta fome que meu estômago parecia uma funkeira (louco por uma ‘comida’).  Então, conhecemos o maior santuário de Paris: O Kebab Duran, um restaurante que vendia Kebab.
Pra quem não lembra, minha ceia de Natal foi Kebab. Kebab é uma comida tradicional turca feita de carne assada num espeto vertical e fatiada antes de ser servida, colocada em um pão com salada e vários molhos. No Brasil o Kebab é servido como o nome de Churrasco Grego e na Grécia é chamado só de Churrasco.

Enfim, Kebab é o que nos salvou tanto em Londres quanto em Paris. Em Paris, o prato mais “barato” que achei eram 190 gramas de carne acompanhada de mais nada. O preço? 20 euros. Com 20 euros eu comi Kebab nos 4 dias em que fiquei em Paris.

No nosso primeiro dia em Paris queríamos ir ao Museu do Louvre. Mas estava fechado e então resolvemos ir em direção ao Arco do Triunfo. Para isso, precisamos passar pela Avenida Champs-Élysées. Juro que não entendo o porquê desta ser a avenida mais famosa do mundo e a segunda mais cara. É uma avenida normal. A única diferença é que ela é cara pra caramba. O aluguel de cerca de 90 metros quadrados de espaço custa cerca de 100 mil euros por mês. Ao final de um ano isso equivale a um cafezinho e um pão de queijo em um aeroporto.


Próximo ao Museu do Louvre surgiu um homem vendendo chaveiros da Torre Eiffel, baratinho, 3 chaveirinhos por 1 euro. De repente surgiu mais um, e outro, e mais um e de repente estávamos cercados de vendedores de chaveirinhos! Eu já havia comprado 9 e eles insistiam em querer vender mais. Ali ocorreram as quatro operações matemáticas básicas: eles se MULTIPLICAVAM e DIVIDIAM-SE para nos cercar. SUBTRAÍRAM nosso dinheiro o que SOMOU ainda mais a nossa vontade de sair de lá.
Os tais vendedores onipresentes.
Enfim, chegamos ao Arco do Triunfo. Este foi construído em comemoração às vitórias militares de Napoleão Bonaparte, o qual ordenou a sua construção em 1806. Inaugurado em 1836, a monumental tem gravados os nomes de 128 batalhas, 558 generais e 327 pichadores de rua.

Na base do Arco do Triunfo situa-se o Túmulo do Soldado Desconhecido, um túmulo simbólico para homenagear todos os soldados mortos em batalhas. Semelhante à cracolândia ou até mesmo a sua tiazona solteira, este possui uma chama que nunca apaga.

Depois, fomos ao maior monumento da França: a Torre Eiffel. A Torre Eiffel é o edifício mais alto de Paris e o segundo monumento pago mais visitado do mundo (o primeiro é o Pacaembu nos jogos do Corinthians).
A pequena Torre Eiffel é igual a grande, só que é pequena.

Juro que não estava coçando a bunda.
Inaugurada em 31 de Março de 1889, a Torre Eiffel foi construída para honrar o centenário da Revolução Francesa. Era para ser uma estrutura temporária, mas os franceses ficaram com preguiça de desmontá-la e não sabiam onde jogar tanto ferro velho, então tomou-se a decisão de não desmontá-la.

Estava muito frio. Tão frio que os sorvetes eram vendidos embalados em meias de algodão. Mas ainda assim resolvemos subir todos os 324 metros da torre (de elevador, claro). Chegamos lá e a pior melhor coisa que poderia acontecer aconteceu: nevou. Pior porque eu estava apenas com uma blusa e eu parecia o Edward Mãos de Tesoura de tão pálido e sem expressão facial alguma pelo frio. E o melhor porque... Aaaaah eu estava vendo flocos de neve caindo do topo da Torre Eiffel. Melhor que isso só mesmo o Kebab próximo ao hotel!
No nosso segundo dia em Paris fomos ao Museu do Louvre, um velho palácio onde os franceses cobram entrada para mostrar todas as obras de arte roubadas ao longo de sua história.

Tudo bem, recebi sermões até mesmo de gente desconhecida sobre a importância histórica e cultural das obras que se encontram lá e blábláblá. Mas não mudou minha ideia sobre: pra mim o Museu do Louvre ainda é o maior depósito internacional de crimes de receptação de obras de arte roubadas!

Foi legal ver de perto coisas que só tinha visto em livros de história: a Vênus de Milo, a Esfinge, o Código de Hamurabi (olho por olho e dente por dente), a Pirâmide Invertida e afins. Mas sinceramente acho tudo isso uma grande sacanagem com a cultura nacional de outros países! A Esfinge, por exemplo. Natural do Egito. Do Egito. Deveria estar exposta lá, não? Como vocês brasileiros se sentiriam se um dia removessem símbolos brasileiros como o Cristo Redentor, o Monumento aos Pracinhas ou a Xuxa e os expusessem em um Museu em outro país? Por isso digo que o Museu do Louvre é um depósito de obras roubadas! Mesmo que as obras estejam lá com o consentimento do país de origem: foram roubadas do povo, da cultura, da história!
#LUTO

Minha animação ao final de um dia inteiro no Louvre
Vênus de Miiiiiiiiiiiiiila, Mil e uma noite de amor com você (desculpa)
E sentiram falta de alguma obra ali? Claro que sim... Faltou a Monalisa. Cara, aquilo é no mínimo estranho. Defino a obra como: Um quadro pequeno de uma mulher gorda que inutilmente todos discutem se ela está feliz ou triste, rodeado por asiáticos com câmeras fotográficas enormes.

Mas enfim, ao menos algo lá me fascinou: o cafezinho era ótimo!

No nosso último dia em Paris, fomos visitar “Igrejas”. Primeiramente fomos à Catedral de Notre Dame. A Catedral de Notre-Dame é uma das mais antigas catedrais francesas em estilo emo gótico. É dedicada a Maria, Mãe de Jesus Cristo (daí o nome Notre-Dame – Nossa Senhora). Subimos até o topo. Lá foi legal ver as famosas gárgulas com a Torre Eiffel de fundo.

Depois, fomos ao segundo local que mais gostei em Paris (o primeiro foi o Kebab). A capela de Saint-Sulpice. Você que é viciado nas obras de Dan Brown certamente reconhece esse nome. Mas para você que, assim como eu, mal assistiu ao filme “O Código da Vinci e cinco de março”, explico:

A capela de Saint-Sulpice possui vitrais, dois dos quais apresentam a letra “S” e “P”, aludindo ao Priorado de Sião. Priorado de Sião seria uma sociedade secreta fundada em Jerusalém no ano de 1099 e que jura proteger um segredo acerca do Santo Graal, entendido por alguns como uma hipotética descendência humana de Jesus Cristo (fruto do relacionamento com Maria Madalena).

Nesta capela encontra-se a Linha Rosa, considerada o primeiro Meridiano do Mundo. Disputou com o Meridiano de Greenwich e com o Meridiano de Coimbra como posto de “Meridiano do Mundo”. Como nessa época a Inglaterra era o centro do mundo e de toda exploração humana,  coincidentemente ganhou o de Greenwich.

Depois fomos ao Jardim de Luxemburgo de Paris, um jardim grande onde as pessoas vão dar comida aos pombos. E só.

Por fim, voltamos a Torre Eiffel para vê-la à noite. Ela é parecida quando de dia, só que era de noite. Para nos despedir de Paris, passamos pelo ponto inicial de nossa viagem: Kebab!

É grande a probabilidade de eu receber mais outras dezenas de sermões por esse post. Mas acho que Paris não chega aos pés de muitas cidades brasileiras. Nós brasileiros temos a mania de exaltar a Europa e desdenhar de nossa cultura. Paris tem monumentos grandes...e só. Quase nada de beleza natural.

Quem são estes carteiristas perto de você que roubou meu coração?

Atualmente um país tenta mostrar sua força e poder através de bombas atômicas. Antigamente, tentavam demonstrar isso através de construções gigantes. Torre Eiffel, Palácios, Catedrais... Eram as bombas atômicas da época. Será que no próximo século as pessoas vão adorar as bombas atômicas atuais?

Paris, você é legalzinha. Ao contrário do que diziam, seu povo é super simpático, bem-humorado e hospitaleiro. Suas obras (não as de outros povos que estão presas no Louvre) contam a história cultural, religiosa e econômica da sua época. Mas depois da Final da Copa do Mundo de 98, Paris foi a maior decepção que a França me proporcionou.

Câmbio, desligo. 

Um comentário:

  1. Luiz Américo Menezes Caldas14 de fevereiro de 2013 às 22:01

    Cara, eu sou fã de sua criatividade, e gosto de muitas de suas piadas, como aquela sobre a cabeçada do Zidane, no início desse post.
    Nós temos o direito de manifestar nossas opiniões sobre o que conhecemos ao redor do mundo, e você tem criatividade para isso! Então não esquente a cabeça com as críticas, e continue escrevendo, porque aqui em Ponta Grossa há quem leia, ria e curta suas palavras!
    Forte abraço!
    Luiz Américo!

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