Sexta Feira, 21 de setembro de 2012. 22 horas e 10 minutos. Sobrevivemos a um longo período de solidão e incertezas (ou seja, estávamos sem internet). Hoje é dia da árvore, os brasileiros em Coimbra comemoram cantando um Samba de Raiz (estou adquirindo aos poucos o humor português). Tudo ocorre bem e as condições atmosféricas apesar de secas continuam normais.
Portugal, Europa. Terra mãe, referência no ensino de
ciência, onde homens e mulheres compartilham o uso de bigode.
Chegamos no dia 10 de setembro de 2012. Faltava 1 dia para a "comemoração" do atentado de 11 de setembro de 2001.
Estávamos na expectativa do nosso voo ser extraviado ou coisa do tipo. Mas não,
chegamos vivos. Mas nem tanto.
Deu uma emoção muito grande quando o avião diminuiu sua
altitude e deu pra ver pela primeira vez terras europeias. Foi algo como achar
dinheiro inesperadamente naquela sua calça velha. O inesperado no Velho Mundo.
Aterrissamos em Lisboa. O aeroporto é enorme. Mas vazio,
como o saco de Batata Ruffles já citado por aqui. Andamos cerca de 20 minutos
dentro do próprio aeroporto para pegar nossas malas.
Então pegamos um táxi em direção à estação de trem de
Lisboa. O trânsito aqui é inacreditável. Farei um post exclusivo sobre ele mais
a frente. Enfim, em 5 minutos chegamos à estação para pegar o trem. Alias, aqui não se chama trem e sim comboio.
Pegamos o comboio em Lisboa em direção à Coimbra. Foram duas
horas de viagem. É como nos filmes onde você entra, senta e com o trem em
movimento um funcionário passa conferindo sua passagem.
Mas chegamos em Coimbra. Aqui a cidade é dividida em Nova
Coimbra e Velha Coimbra (onde fica nosso apartamento e nossa universidade). Estas
são dividas pelo Rio Mondego e uma ponte liga as duas. Mas sinceramente esta
divisão está errada. Deveria ser divida em Nova Coimbra e caralh* quanto prédio
velho. Tudo aqui é muito antigo. Desde as construções até a ultima depilação da
funcionária do mercado.
Rio Mondego. |
Rio Mondego. Além de separar a Nova da Velha Coimbra, também é local onde universitários bêbados adoram praticar o esporte mais antigo da cidade: O Vomito. |
Além dos prédios antigos o que impressiona são as subidas.
Aqui você só pode fazer duas coisas: subir e ir para cima. É engraçado,
subimos, subimos e subimos e chegamos onde queremos. Na hora de voltar você
deve pensar: “Agora é fácil, só descer”. Mas não. Quando voltamos temos que
enfrentar mais subidas.
Para chegar lá em cima precisamos subir. E para chegar
lá embaixo precisamos subir também. Posso afirmar que Coimbra é como sexo: para
cima e para baixo. Se você digitar Coimbra no Google ele te corrige dizendo: “Você
quis dizer Ladeira”
Quase todas as ruas da Baixa Coimbra são assim. E acreditem: passam carros por elas. |
Prédios Antigos da Baixa Coimbra. |
Metade de uma das escadas que precisamos subir para chegar até a Universidade. A escada chama-se Escada Monumental. É sério. |
Alias, devido a isso a Velha Coimbra é dividida em Baixa
Coimbra e Alta Coimbra. Quando estamos na Baixa Coimbra, tudo o que precisamos
está na Alta Coimbra e então precisamos subir. Quando estamos na Alta Coimbra,
tudo o que precisamos esta na Baixa Coimbra e precisamos subir também.
Ficamos um tempo no Hotel Bragança. Um hotel onde só se pode dormir.
Só tem um quarto e um banheiro. Lá a internet era muito ruim. Tão rudimentar
que se você acessar a internet de lá e escrever Facebook, o Google te corrige
dizendo “Você quis dizer Orkut”.
A água também era muito ruim. Meio salgada, meio azeda, meio
amarga, meio ruim e nada boa. Até mesmo aqueles bebedouros da UEPG onde já
estão crescendo fungos fornecem água mais gostosa que a torneira daqui. Mas a
água mineral aqui é barata, cerca de 15 cêntimos o litro.
Como já disse, nossa Universidade fica no topo da cidade.
Ela é linda, enorme e velha. Muito velha. Acho que Jesus Cristo fez catequese
aqui.
Universidade de Coimbra |
Camões já deve ter passado bêbado por aqui. |
E Coimbra é a cidade mais brasileira fora do Brasil. A
quantidade de brasileiros aqui só não é maior que a quantidade de nordestinos
(maldade, amamos nossos amigos do norte). Além de brasileiros há muitos
franceses, ingleses, espanhóis, angolanos, ucranianos e uma meia dúzia de
portugueses. Em época de estudos a população chega a 144 mil estudantes (todos
bêbados). Nas férias a população da cidade chega a incríveis 14 pessoas.
Os Portugueses são em geral muito simpáticos. Existem dois
tipos de portugueses: os que você não entende e os que não entendem você. Mas
aos poucos nos acostumamos. Sinceramente acho que ao longo dos 2 anos iremos
adquirir o sotaque. Sei lá, queremos que eles nos entendam e acabamos
imitando-os involuntariamente. Não estranhem se aí no Brasil eu estiver a
procura de uma bicha (fila) para pegar um cacetinho (pão).
Câmbio, desligo.
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