terça-feira, 2 de abril de 2013

Socorram-me em Marrocos - Parte 2


Terça-feira, 2 de abril de 2013. 23 horas e 55 minutos. Não sei o que é pior: a Coreia do Norte ameaçando lançar mísseis ou a Coreia do Sul ameaçando lançar uma nova música do PsyDizem que todo Urso Polar é canhoto. Essa informação é importante para que você entenda algumas coisas desse texto. Ou não.

No nosso segundo dia em Marrocos, acordamos cedo para tomar café da manhã. Depois de uma xícara de café e 17 copos de suco de laranja, fomos conhecer um pouco mais de Marrakech.

Primeiro fomos até o Cyber Park, um parque onde são disponibilizados computadores ao ar livre e internet grátis. Lá vimos muitos jovens acessando site de notícias, redes sociais e, claro, sites pornôs. Era uma grande “Lan House” ao ar livre, mas sem aqueles manos do Hip Hop postando imagens de gatinhos brilhantes no Orkut.

Depois fomos à Casa do Sultão de Marrakech. Era muito interessante. Tinha muitas árvores e... Só.
Batendo um papo cabeça com o amigão (FOTO: Jade Rashid)
Então fomos ao lugar mais esperado por todos: um banheiro. Logo depois fomos ao famoso Paraguai Mercadão de Marrakech, um lugar onde pessoas negociam desde suco de laranja até a própria alma (o primeiro é mais caro). Se um dia você acordar sem um rim, procure primeiramente no Mercado Livre. Se não achar lá, pode ter certeza que está no Mercadão de Marrakech.

Fósseis de Trilobites no Mercadão de Marrakech (FOTO: Dercy Gonçalves)
Lembram-se da novela “O Clone”, onde todo mundo em Marrocos falava português? Provavelmente você também teve aquele amigo chato (ou você era o amigo chato!?) que dizia que aquela novela era surreal, já que muitos marroquinos falavam português. Pois bem, lá muita gente fala português, principalmente no mercadão. Alias, eles falam a língua que precisar pra negociar: espanhol, português, francês, italiano, inglês, alemão, mandarim, libras e até mesmo aquela que ninguém entende: o cearense.
Muitos tapetes no Mercadão de Marrakech (FOTO: Aladin)
No mercadão não existe preço fixo, tanto que não há nenhuma plaquinha de preço nas coisas. Toda vez que você pergunta quanto é, o vendedor responde: “Quanto você acha que vale isso?”. Então, começa a negociação. Eles jogam o valor lá em cima, mais que o dobro do preço normal. O segredo é jogar um valor ridículo, um valor equivalente ao PIB do Vaticano. Então, enquanto ele vai abaixando o valor dele, você deve ir aumentando o seu... Mas aos poucos, sem muita pressa. E se ele não aceitar seu valor, vire as costas e finja que está indo embora. Em 90% dos casos ele vai te chamar e aceitar seu preço. Nos outros 10%, se você virar as costas o vendedor pegará na sua bunda.

A moeda marroquina é o Dirham. 1 Dirham vale 0,01 Euro, ou seja, 1000 Dirhams equivalem a 100 euros, ou 250 reais, ou 1 Kinder Ovo. Deve-se tomar muito cuidado. Dar o dinheiro com a mão esquerda é considerado uma grande falta de respeito, já que consideram a mão esquerda impura. Por essa razão não existem ursos polares em Marrocos.

No outro dia fomos até uma Kasbah, parte antiga de uma cidade ao sul de Marrocos que eu não lembro o nome, bem próximo ao Deserto do Saara. É um lugar onde tudo é feito de barro: as paredes são feitas de barro, as casas são feitas de barro, os utensílios domésticos são feitos de barro e até o barro é feito de barro. Só não vou dizer que as pessoas são feitas de barro pois não acredito na teoria da abiogênese, de que o Homem veio do barro. A arquitetura do local é marcante, do estilo “Palmeiras”, já que pode cair a qualquer momento.  

Logo depois fomos onde o Judas perdeu as botas em direção ao Deserto do Saara, mas isso eu conto em outro post.

Também fomos a Cordilheira do Atlas, uma cadeia montanhosa de 2400 Km que inclui Marrocos, Argélia, Tunísia e Gibraltar. Curiosamente, ela teve origem há milhões de anos atrás, quando a África colidiu com a América. Quando a América encontrou-se com a África, originou uma belíssima cadeia montanhosa. Quando a Europa encontrou-se com a África, originou exploração, fome e guerras. Viva o Velho Mundo!!

Voltamo a Marrakech e à noite fomos para uma badalada festa em uma casa noturna em Marrocos. Tá esquece a parte de badalada. Chegamos lá e tinha uns caras bem ao estilo “Sheik Árabe”: fumando narguilé e com 2 gostosas do lado. No Brasil um cara que fuma e é cercado de gostosas é chamado de Fabio Assunção.

Lá só tocava música família, como “Mulher Melancia Velocidade 6” (Juro!). Lógica é uma palavra que não se encaixa naquilo: haviam várias Tv’s passando desfile de moda, com modelos anoréxicas vestindo roupas alienígenas. Meu teclado já consumiu mais comida que aquelas modelos.
Com toda a sensualidade brasileira que nós não temos, fomos dançar. Acho que as casas noturnas marroquinas não estão acostumadas com pessoas que dançam e depois de um tempo o Dj começou a colocar umas músicas muito ruins. Teve uma hora que ele apelou e trocou a música por uns ruídos irritantes, conhecido com Sertanejo Universitário. Não sei o que foi pior, as músicas que o Dj gostava ou as músicas que o motorista do ônibus gostava. Então foram pedir música brasileira. E o Dj se animou: colocou Margareth Menezes, uma famosa cantora brasileira que ninguém conhece. Foram então pedir músicas mais animadas, mas o Dj disse que não poderia tocar esse tipo de músicas. Poooorra cara, você estava tocando Mulher Melancia... Pré-adolescentes engravidam só de ouvir músicas dela.

No último dia em Marrakech fomos ao mercado pechinchar mais algumas inutilidades. Após o almoço, fomos andar no táxi mais luxuoso do mundo. Mentira, andamos de carroça, que não deixa de ter seu charme. O “taxista” nos levou para a zona rica da cidade. Lá se encontravam cassinos, hotéis e apartamentos luxuosos. Em um dos hotéis, a diária custava apenas 3 mil euros. Apenas gente rica e ‘honesta’ frequenta aquele local, como: Sheiks arábes, russos mafiosos (sério, o taxista nos disse isso), políticos...

Por último demos uma passada na Praça Jemaa el-Fna, famosa praça próxima ao Mercadão de Marrakech. O nome da praça pode ser traduzido como “Assembleia dos Mortos”, pois ali, há séculos, criminosos eram executados e a cabeça deles, exposta para servir de exemplo. Se a moda pega, Brasília seria palco da maior exposição de cabeças de criminosos do mundo. Enquanto isso não acontece, contentemo-nos com a “Assembleia dos Deputados” em Brasília.
Meu nome em árabe. Weverton em árabe significa “aquele que não sabe o significado do próprio nome” 
Na praça encontramos várias artistas tocando flauta, fazendo malabarismo, acrobacias, dançando e até o famoso encantador de cobras. Mas tudo é pago. Você deve fazer como o Ronaldo há algum tempo atrás: pagar para ver a cobra alheia.

Câmbio, desligo. 

Dúvidas, reclamações, sugestões e depósitos na minha conta bancária podem (e devem!) ser tratados aqui.

E agooora temos novidade. Se quiser seguir o site e fazer com que sua foto apareça ali no cantinho, aumentando a possibilidade de encontrar sua alma gêmea (ou não), clique em "Participar desse site". Dr. Albieri e Jade aprovam isso!

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